segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Entrevista | Mariangela Damiani

Oi galera!! Nossa querida coordenadora, amiga e mamãe Mariangela concedeu uma entrevista para o Rogério Felisbino, vice-presidente da ABRARTE, falando sobre arte no movimento espírita, dança e sobre o grupo Crisálida. Segue abaixo a matéria!


'Não precisamos obrigatoriamente de palavras para difundir o Espiritismo; precisamos de atitudes, gestos, ações, sentimentos!'

Mariangela Damiani Gonçales é natural do Rio de Janeiro(RJ).
Graduada em licenciatura plena em Artes Visuais pela Universidade
Metodista do Rio – Bennett, e pós-graduada em Dança-Educação
pela Universidade Castelo Branco. Possui formação em balé
clássico, dança moderna, jazz dance, dança afro-brasileira e dança
flamenca. Leciona a disciplina de Artes Visuais e Dança em escolas
do Município e Estado do Rio de Janeiro, no ensino fundamental e
médio; ministra também cursos na área de conscientização
corporal, reeducação postural e dança em escolas para formação de
professores, em universidades e empresas, além de um projeto de
conscientização corporal no Programa de Extensão Universitária para a melhor idade
junto a FaCE - Faculdade de Cultura e Existencialidade da Universidade Metodista do
Rio – Bennett. Coordena o Grupo Crisálida. Coordenou a 2º Mostra Abrarte Sudeste,
realizada no Rio de Janeiro, em 2011. É associada da Abrarte desde março de 2010.

1. Como você começou seu trabalho com arte espírita?

Sou trabalhadora do movimento espírita já há alguns anos e no Estado onde moro participo de um
encontro bem famoso chamado COMEERJ – Confraternização das Mocidades Espíritas do Rio de
Janeiro. A COMEERJ é dividida em dezenove pólos, e o pólo II, que frequento, incentiva atividades
artísticas, oficinas de arte e momentos para que o confraternista se apresente. Foi a partir daí que
tudo começou: apresentações de coral, de teatro e logo depois veio a dança.

2. Como você define a arte espírita?

Não costumo usar a nomenclatura “Arte Espírita”, “Música Espírita”, “Dança Espírita”... prefiro
dizer que fazemos arte no movimento espírita. Como profissional da arte, acredito que esta não
deva ser rotulada, pois se assim o fizermos acabaremos diminuindo sua função. É importante
ressaltar que esta diminuição não é pelo valor, de forma alguma, mas pelo que já desenvolve e
pode vir a desenvolver. Quando colocamos o sobrenome “Espírita”, tenho a impressão que só
estamos fazendo algo relativo ao Espiritismo, ou para os espíritas, e muitas vezes um título
distancia as pessoas, ao invés de aproximar. Portanto, não sei se tenho algo a definir sobre “Arte
Espírita”, talvez a arte que fala sobre os ensinamentos do Cristo. Mas, e os católicos, os
evangélicos e outros mais, também não falam? Será que só os espíritas estariam “autorizados” a
fazer arte espiritualizada? Tenho visto em tantos encontros esta mesma pergunta e as pessoas
sempre tentam defini-la com palavras bonitas... mas será que precisamos realmente defini-la ou
simplesmente vivenciá-la em todos os momentos da nossa vida?

3. Poderia nos falar sobre o Grupo Crisálida? Como e quando começou e quais seus
objetivos?

Bem, o Grupo Crisálida propriamente dito tem esta formação desde 2009. Antes, porém, já
estávamos preparando a chegada do mesmo, nas apresentações da Comeerj. A idéia começou em
2004 quando, a convite de um grande amigo, resolvi fazer uma apresentação de dança no nosso
evento anual. A princípio tivemos alguns problemas, as pessoas não acreditavam, nem aceitavam
a dança no movimento espírita, mas, após uma longa conversa, apresentação para os
coordenadores do evento e alguns dirigentes convidados de casas espíritas, a opinião mudou e
ganhamos respeito e admiração por este trabalho, não só no evento, como também no CEERJ –
Conselho Espírita do Estado do Rio de Janeiro. Sendo assim, com esta aprovação, resolvi agregar
algumas pessoas à minha idéia e fui em busca delas...era um filho que tocava, um marido que
pintava, uma amiga que cantava, algumas meninas que dançavam...e aos poucos o grupo já
estava se formando. O Crisálida é um grupo que busca promover e valorizar a transformação
moral do homem por intermédio da arte. Tendo como característica a união de diversas
linguagens artísticas, como teatro, dança, artes plásticas e música, o Grupo Crisálida tem como
proposta principal despertar nos jovens, crianças e adultos este potencial criador, cultivando a
interação com o próximo de forma íntegra e respeitosa.

4. E os projetos futuros do grupo?

Falar em projeto é complicado, pois temos vontade de fazer tantas coisas e algumas vezes estas
vontades se transformam em projetos que vão à frente, mas muitas vezes não saem da vontade.
Atualmente estamos trabalhando para remontar o espetáculo “Caminhos do Vento”, que
apresentamos no Fecef 2011 [Festival da Canção e Encontro de Arte Espírita em Franca]. Na
realidade, este espetáculo foi uma pré-estreia que fizemos e não estávamos totalmente
preparados para isso. Aprendemos bastante, percebemos como precisamos vigiar e vigiar nossos
atos, mas foi muito bom este aprendizado. No Grupo Crisálida pensamos e trabalhamos em
conjunto. Temos uma coordenação geral que direciona os trabalhos, mas não fazemos nada sem
que esteja de acordo com o grupo. E uma coisa que aprendemos com o passar do tempo é dar um
passo de cada vez! Não buscamos grandes projetos, embora tenhamos o ímpeto de aceitar os
desafios que nos oferecem e o que muitas vezes nos coloca em situação um tanto quanto
complicada por conta do tempo e de outros afazeres da vida particular. Mas, graças a Deus e à
equipe espiritual que nos assiste e coloca nossos pés no chão, estamos dando conta do recado,
ensinando e principalmente aprendendo.

5. O que representa para você trabalhar no Crisálida?

Trabalhar com o Grupo Crisálida é a concretização de um sonho, um sonho que nem mesmo eu
sabia que tinha. Eu sempre estive em contato com a arte, desde criança danço balé e outros
estilos de dança, fiz cursos teatrais, cantei em corais, fiz faculdade e especialização em artes e,
embora este contato tenha sido tão constante e intenso em minha vida, sentia que faltava algo,
não estava bem resolvida com a arte! Quando comecei a trabalhar com a arte no movimento
espírita, e mais especificamente com o Grupo Crisálida, senti que a arte verdadeiramente passou a
fazer sentido na minha vida, que todas as lágrimas valeram a pena e que uma porta imensa se
abriu na minha vida, inclusive na minha profissão propriamente dita. Passei a olhar meus alunos
de outra forma, a planejar para as escolas em que também dou aulas de artes de forma diferente.
Hoje posso dizer com certeza que me sinto muito feliz com o trabalho de arte que faço e que é de
uma forma só, seja dentro ou fora do movimento espírita.

6. É possível difundir o Espiritismo através da dança?

Sim, a dança é uma linguagem artística como outra. Pelo fato de a dança não utilizar palavras
propriamente ditas, a impressão que muitas pessoas têm é que falta algo para passar. Mas, vamos
pensar um pouco: o homem, antes mesmo de falar, se movimenta, utiliza gestos implícitos ou
explícitos para se expressar e consegue fazer com que o próximo entenda. Não precisamos
obrigatoriamente de palavras para difundir o Espiritismo, precisamos de atitudes, gestos, ações,
sentimentos! E isso a dança sabe fazer muito bem!

7. Como está o panorama da dança no movimento espírita brasileiro?

A dança ainda está tentando ocupar seu espaço no movimento espírita, mas já progredimos
bastante, já temos até Mostras de Dança... A verdade é que não sabemos quando este espaço vai
ser realmente reconhecido, pois a dança principalmente ainda sofre questões culturais. Ainda é
muito forte o descaso do fazer corpóreo, o medo da sensualidade, o preconceito dos próprios
profissionais de dança que não aceitam esta linguagem artística atrelada a uma fé e também não
se esforçam em entender as razões daqueles que querem fazer, julgando e criticando sem
nenhum esforço. Acho que todos nós, profissionais de dança, arte e educação, que estamos à
frente dos grupos artísticos trabalhando no movimento espírita, ainda temos muito trabalho pela
frente, e um dos principais é conscientizar a todos quanto à necessidade do estudo. Estudo não só
doutrinário, mas também da arte a qual se propõem trabalhar, pois só assim teremos respeito e
um verdadeiro reconhecimento, não só pela dança, mas pela arte de uma forma geral.

8. Em 2011, aconteceu no Rio de Janeiro a 2ª Mostra Abrarte Sudeste. Como foi a
repercussão do evento na região?

A Mostra Abrarte Sudeste foi uma porta que se abriu no movimento espírita de arte do Rio de
Janeiro, um momento inesquecível de integração entre artistas. Particularmente me sinto muito
honrada na confiança que a Abrarte depositou na equipe do Rio de Janeiro. A Mostra Abrarte
ainda repercute e gerou frutos, pois, muitos se inspiraram no trabalho para organizarem novos
encontros. Realmente, nunca vi o movimento espírita do Rio de Janeiro tão empenhado em
apresentações artísticas quanto atualmente, são encontros por todos os lados, são atividades em
todos os finais de semana. Inclusive, é com grande alegria que anuncio um novo evento que
teremos a partir deste mês, no CEERJ – Conselho Espírita do Estado do Rio de Janeiro, a “Sexta às
Seis”. Esta foi uma idéia do Gutemberg Paschoal, da área de Comunicação Espírita do CEERJ, que
gentilmente me convidou a participar deste trabalho, catalogando os grupos e fazendo este
contato mais diretamente. Este é um evento artístico que acontecerá toda última sexta do mês, às
seis horas, no auditório do CEERJ, na Rua dos Inválidos, n] 182, no Centro do Rio de Janeiro.
Teremos sempre duas atrações. A estreia será no dia 31 de agosto, com a apresentação do Grupo
Crisálida e do Fábio Leite. Bem, com tudo isso, acho que só temos a agradecer a Deus e a todos
vocês da organização da Abrarte que nos impulsionam e nos fazem acreditar que, apesar das
dificuldades, vale a pena continuar este trabalho maravilhoso. Aproveito para agradecer
especialmente aos meus amigos Gláucio Cardoso e Anderson Daltro que em 2009 me convidaram
para ir na 1ª Mostra Abrarte Sudeste, me proporcionando este reencontro com outros amigos tão
especiais de muitas reencarnações, a eles dois minha eterna gratidão. Mais uma vez, obrigada por
esta oportunidade de falar sobre a dança e a arte em geral e aproveito para falar que as inscrições
da Mostra Nacional de Dança Espírita continuam abertas no site da Abrarte. É só entrar e se
inscrever! E a Mostra de Dança Rio também está cominstrições abertas. Para maiores informações,
os interessados podem estar enviando um email para marigoncales@yahoo.com.br,

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

GEDE - Grupo Espírita de Dança Evolução

Oi amigos! Vejam que vídeo lindo que nossos amigos do GEDE fizeram para a Mostra de Araras deste ano!
Confiram!!

http://www.youtube.com/watch?v=i17zxGquuSM&feature=youtu.be