quarta-feira, 18 de abril de 2012

DANÇA + EDUCAÇÃO

Dança educativa: um fato em escolas de São Paulo

Marta Thiago Scarpato*

RESUMO: A Dança Educativa, desenvolvida em escolas particulares de São Paulo, está inserida na Grade Curricular da Educação Infantil, fundamentada nas idéias convergentes de Rudolf Laban e Célestin Freinet. Os resultados apontam os progressos no desenvolvimento do educando: autonomia corporal e intelectual, socialização, cooperação, responsabilidade e avanço na aprendizagem. Questiona qual o estilo de dança mais apropriado na área da educação e ressalta a necessidade de professores habilitados para desenvolverem trabalhos similares.

Palavras-chave: Dança, Escola, Laban, Freinet, Ensino.

Explorando o movimento dançante

Alguns julgam que, para ocorrer a aprendizagem, é preciso que o aluno esteja sempre sentado e quieto. Privilegiar a mente e relegar o corpo pode levar a uma aprendizagem empobrecida. É preciso ver o homem como ser total e único que quer aprender de forma dinâmica, prazerosa, envolvente.

O aluno imóvel nem sempre está envolvido com o que ocorre na sala de aula, pode estar internamente inquieto, querendo se movimentar porque é insuportável permanecer muito tempo na mesma posição. É fundamental desenvolver a corporeidade em todas as áreas, não nas áreas afins.

(…) Infeliz educação a que pretende, pela explicação teórica, fazer crer aos indivíduos que podem ter acesso ao conhecimento pelo conhecimento e não pela experiência. Produziria apenas doentes do corpo e do espírito, falsos intelectuais inadaptados, homens incompletos e impotentes. (Freinet, 1991, p. 42)

A educação deve ser global, não apenas visando a um aspecto do ser humano, o que supõe a dança na educação por ser um aprendizado que integra o conhecimento intelectual e a livre expressão do aluno.

O uso da dança na sala de aula, contudo, não visa apenas proporcionar a vivência do corpo e diminuir tensões decorrentes de esforços intelectuais excessivos. Na medida em que favorece a criatividade, pode trazer muitas contribuições ao processo de aprendizagem, se integrada com outras disciplinas.

O trabalho com o corpo gera a consciência corporal. O aluno questiona-se e começa a compreender o que passa consigo e ao seu redor, torna-se mais espontâneo e expressa seus desejos de modo mais natural, o que pode criar dificuldades para a prática pedagógica autoritária, que ainda acredita que o aluno só aprende sentado na carteira.

Qual o estilo de dança na educação?

A dança na escola vem associada a estilos que exigem uma técnica corporal com movimentos codificados, os quais requerem um ensino pautado em movimentos certos ou errados, dentro de um padrão técnico imposto pelo professor, como o balé clássico, o sapateado e outros.

O ensino do balé clássico, técnica corporal codificada, é tema polêmico. Já dentro da sala de aula, o professor divide os alunos em talentosos e não-talentosos, e o tratamento diferenciado inicia-se. Os talentosos mostram as seqüências de exercícios na barra ou no centro, são corrigidos em seus passos e ocupam lugar à frente dos colegas na sala de aula. Quando da distribuição dos personagens para um espetáculo, recebem papel de destaque, tratamento que não difere muito do contexto escolar.

No balé clássico, todos aprenderão em, no mínimo, 8 anos, passos que serão sempre repetidos, mecânicos, não pensados nem discutidos, que não expressam o interior de quem os executa.

Um único movimento, ou uma seqüência de movimentos, deve revelar, ao mesmo tempo, o caráter de quem o realiza, o fim pretendido, os obstáculos exteriores e os conflitos interiores que nascem deste esforço. (Laban apud Garaudy, 1980)

O aluno, ao adentrar a sala, reprime seus sentimentos e experiências corporais descobertas no cotidiano, desvinculando a emoção da ação. Retorna-se à educação fracionária, que visa formar partes do ser.

Que cidadão a escola quer formar com um estilo de dança que gera a competição acirrada e desumana e não a socialização e a cooperação? É balé clássico a técnica de dança mais apropriada para o contexto escolar?

Há escolas em que, numa mesma aula, ensinam-se vários estilos, o que gera confusão, a partir da própria nomenclatura: dança livre, dança-expressão corporal ou apenas dança. Dança? Qual estilo? Dança Livre com base em quais pressupostos? Em muitas aulas ocorre uma miscelânea de balé clássico, jazz, street-dance, axé e outros em apenas 50 minutos. O professor “passeia” por vários estilos, que poderiam ser melhor aprofundados e explorados, se fossem apenas um ou se existisse nesta aula uma fundamentação teórico-prático-pedagógica que justificasse tal proposta.

No Brasil, pouquíssimos professores nas técnicas de dança procuram desenvolver a consciência corporal, como faz a Educação Somática.1

O ensino do balé clássico e da dança deveria unir outras práticas corporais para um trabalho consciente e crítico com o aluno. O desconhecimento do valor da dança por parte de coordenadores pedagógicos, diretores de escolas e a falta de especialistas sérios levam a um ensino confuso, sem fundamentação e reflexão.

A dança na escola não deve priorizar a execução de movimentos corretos e perfeitos dentro de um padrão técnico imposto, gerando a competitividade entre os alunos. Deve partir do pressuposto de que o movimento é uma forma de expressão e comunicação do aluno, objetivando torná-lo um cidadão crítico, participativo e responsável, capaz de expressar-se em variadas linguagens, desenvolvendo a auto-expressão e aprendendo a pensar em termos de movimento.

A proposta por Rudolf Laban2 adequa-se perfeitamente aos princípios da educação progressista, possibilitando ao aluno expor-se por seus próprios movimentos. Não ensina apenas a forma ou a técnica, mas educa conforme o vocabulário de movimento de cada um, contribuindo para o desenvolvimento emocional, físico e social do participante.

Tal proposta, associada aos princípios construtivistas, reconhece a importância da construção do movimento e da participação do aluno.

Meu encontro com Laban e Freinet

Atuando como bailarina clássica e estudante de Pedagogia da PUC-SP, pensei em introduzir na educação uma proposta de dança diferente do balé clássico. Foi aí que conheci, por intermédio de Maria Duschenes,3 a Teoria da Arte do Movimento Humano de Rudolf Laban.

RUDOLF VON LABAN

A educação deve integrar corpo e mente, ensinando a pensar em termos de movimento para dominá-los, e não apenas se preocupar com o domínio da escrita, do raciocínio lógico-abstrato e da linguagem.

(…) um professor diante dos alunos sentados em suas carteiras pode, através da compreensão, fazer tanto para ajudar toda a classe e cada criança individualmente como o professor de dança ou de ginástica, cujo interesse pelo movimento é mais imediato. O docente que ensina matérias do tipo acadêmico deve apreciar os esforços expressados por meio do movimento, assim como o professor de dança que tem que se dar conta de que há um esforço mental implícito em toda atividade. (Laban, 1990, p. 102)

Sem vivências corporais e reflexão sobre a dança, o educador não pode conceber o movimento dançante como algo tão importante quanto falar ou efetuar operações matemáticas.

Dançar é tão importante para uma criança quanto falar, contar ou aprender geografia. É fundamental para a criança que nasce dançando, não desaprender essa linguagem pela influência de uma educação repressiva e frustrante (…). (Béjart apud Garaudy, 1980)

Para Laban, a criança tem o impulso inato de realizar movimentos similares aos da dança. Cabe à escola levá-la a adquirir consciência dos princípios do movimento, preservando sua espontaneidade e desenvolvendo a expressão criativa. O aprendizado da dança deve integrar o conhecimento intelectual e criatividade do aluno, desenvolvendo os pilares da educação (Delors, 2000).

Quando no curso de Pedagogia na PUC-SP, conheci a proposta pedagógica de Freinet com o livro Freinet – Evolução histórica e atualidades (Sampaio, 1989) e filiando-me ao Núcleo Freinet Cidade de São Paulo.4

Freinet não propõe um método de ensino, mas Técnicas5 pedagógicas para trazer à sala de aula o interesse, a alegria, a cooperação. Substitui a prática tradicional por uma prática pedagógica que leva à ação.

Freinet teve sua saúde prejudicada, ao servir como soldado na Primeira Guerra Mundial. As lições orais o deixavam cansado, sem fôlego, a sala de aula, mal ventilada, cheirando a mofo, dificultava sua respiração. Surge a primeira Técnica: a aula-passeio.

Eles saem. Começam as famosas “aulas-passeio” (curiosa antinomia!) – que vêm, tranqüilamente, negar o disciplinamento forçado dos corpos e das mentes das crianças do povo. (Oliveira, 1995, p. 112)

A aula-passeio visa colocar o aluno em contato com o meio externo para descobertas que motivem a criação do texto livre, outra Técnica Freinet.

A escola precisa realizar experiências com o corpo dos alunos, que não é um esqueleto a ser treinado pela repetição de movimentos, mas por atividades prazerosas.

A criança tem necessidade de andar e saltar: não a podemos condenar a ficar imóvel, porque certamente falharíamos e a prejudicaríamos (…). Porque a criança tem necessidade de agir, criar e trabalhar, isto é, empregar a sua atividade numa tarefa individual ou socialmente útil (…). (Freinet, 1974, p. 49)

A criança deve viver experiências variadas: cair, sujar as mãos, escorregar, gritar etc, o que contribui para o desenvolvimento dos músculos, da curiosidade e da audácia.

Laban e Freinet: uma proposta pedagógica para o ensino de dança

Laban (1879-1958) e Freinet (1896-1966) foram contemporâneos, mas não se conheceram. Suas experiências de vida são completamente diferentes. Laban, filho de militar, viveu em ambientes luxuosos, viajou por vários países e estudou na Escola de Belas Artes de Paris. Freinet, filho de camponeses, levou uma vida simples e humilde e não completou seus estudos.

Ambos apresentavam, no início do século XX, idéias avançadas demais para a época, até hoje não incorporadas na prática da educação brasileira, como a proposta de dança de Laban e as Técnicas de ensino de Freinet. Para Laban, a sala de aula é espaço constrangedor e incômodo, com mesa e cadeiras unidas, que restringem a inclinação natural do corpo. Para Freinet, as carteiras dão a impressão de aprisionamento, imobilidade.

Ambos consideram o homem como um ser integrado: corpo-mente, salientando a necessidade de respeitar o ritmo interno de cada um. Os atos e atividades espontâneas são uma forma de exteriorizar idéias e sentimentos. A educação não deve partir só de explicações teóricas, mas também do tateamento experimental.6

Laban e Freinet têm consciência de que o meio interfere na vida e na formação do ser humano, questionando os avanços da tecnologia por gerarem a imobilidade, o sedentarismo, prejudicial ao desenvolvimento.

As propostas de Laban e Freinet podem integrar-se numa proposta de ensino de Dança Educativa7 nas escolas, por contribuírem para o desenvolvimento do educando nos aspectos:

Tal proposta de dança procura levar o aluno à ação-sensação-reflexão, contribuindo paraaprender a ser, aprender a fazer, aprender a conhecer e aprender a viver juntos, que constituem os quatro pilares da educação. A Comisão Internacional sobre a Educação para o século XXI recomenda que a arte deve ter um espaço maior do que lhe é dado na escola (Delors, 2000, p. 100).

Um acontecimento em escolas paulistanas

Há alguns anos, venho ministrando a disciplina Dança Educativa na Grade Curricular da Educação Infantil em escolas particulares da cidade de São Paulo, tendo como pressupostos as teorias de Rudolf Laban e Célestin Freinet.

O Colégio Nova Era foi a primeira escola do Brasil a acreditar nessa proposta, valorizando a dança como mais uma linguagem artística a ser desenvolvida pelo educando. Situado na Zona Norte de São Paulo, o Colégio tem uma proposta pedagógica diferente das escolas da região, inspirada nos princípios freinetianos.

Muito antes da LDB 9394/96 prever a Arte como disciplina obrigatória e os Parâmetros Curriculares Nacionais (1996) proporem trabalhar várias modalidades da área, como a dança, o teatro, a música e as artes visuais, a escola já tinha as disciplinas Música, Teatro e Artes Visuais na Grade Curricular da Educação Infantil ao Ensino Fundamental.

A dança foi incluída no currículo, depois que apresentei à escola minha proposta de Dança Educativa. A coordenação pedagógica recusava, até então, a disciplina intitulada Dança com aulas de balé clássico, por julgar que tal estilo deveria ser desenvolvido em academias de dança e não no contexto escolar.

Na Educação Infantil , nível de ensino que atuei, tinha a professora polivalente e os professores especialistas na área de Arte, com aulas de música, dança educativa e artes visuais. Nas aulas com as classes do Maternal, Jardim I, Jardim II e Pré, explorava os Temas Básicos do Movimento de Laban e as Técnicas Freinet.

As aulas começavam com a roda de conversa. Espontaneamente, os alunos contavam alguma experiência que tiveram com o corpo, algum fato, e anunciava-se o que iria acontecer naquela aula de dança. Começava-se a desenvolver o aspecto número 8: Envolvimento.

Elaborávamos as Regras, combinando, professor e aluno, o que deveria ou não ser feito durante a aula: “Posso correr?” “Por que não?” “Posso ficar conversando o tempo todo com o colega?” “O que fala na aula é o meu corpo, não a boca!” Tudo era registrado num cartaz e fixado na sala. Sempre que possível, recorria-se às Regras elaboradas e que deviam ser cumpridas.

Muitas vezes, as aulas podem gerar nos alunos grande ansiedade, o que causa agitação, descontração, brincadeiras inadequadas. É a hora de parar a aula, “perder tempo” para relembrar as Regras construídas por todos. Aspectos 2 e 4: Compromisso e Responsabilidade.

O aprendizado da Dança Educativa integra o conhecimento intelectual e a habilidade corporal e criativa do aluno. A alfabetização é um processo pelo qual a criança codifica e decodifica o mundo que a cerca, processo que não atinge somente o aspecto cognitivo do aluno, mas o aluno como um todo: emocional, social, corporal etc.

Numa das aulas com a turma do Pré, foi lançado o desafio de escreverem individualmente e em grupos as letras de seus nomes e dos colegas com o corpo. A atividade deixou-os extremamente empolgados: socializaram os conhecimentos, cooperaram com os colegas e participaram espontaneamente.

No final da aula, na roda de avaliação, expuseram o que vivenciaram:

É gostoso trabalhar em grupo.
É diferente e a gente aprende mais.
Mexe os ossos do corpo.
Escrever é mais fácil que mostrar com o corpo.
Aprender fazer a letra com o corpo.
Torce o corpo para escrever a letra.

Aspectos desenvolvidos: 1. Aprendizagem, 5. Interesse, 9. Socialização, 10. Comunicação, 13. Autonomia, 14. Cooperação.

O projeto Arca de Noé, realizado com todos os professores, cada um em sua especialidade, culminou na montagem do musical Depois da Arca. Durante o processo, sugeri que pensassem no movimento dos animais da Arca de Noé e o mostrassem com seus corpos. O processo de criação coreográfica foi desenvolvido com os alunos do Pré, que recorreram ao aprendido para a elaboração das coreografias do musical.

No final do projeto, os alunos, individualmente, fizeram a auto-avaliação. “Para Freinet, uma das necessidades vitais da criança é saber se avaliar. Cada um aprende a se auto-avaliar através do trabalho que foi capaz de fazer…” (Sampaio, 1989, p. 182).

Auto-avaliação de Matheus (6 anos, aluno do Pré):

O projeto da Arca de Noé possibilitou desenvolver os aspectos, sobretudo o 6 (senso crítico), o 7 (criatividade), o 11 (livre expressão) e o 12 (respeito). O processo ação-sensação-reflexão pode ser observado nos alunos da Educação Infantil: postura corporal, domínio do movimento, relação com os fatores de movimento:8 peso, tempo, espaço e fluência de forma harmoniosa, a autoconfiança para apresentar-se numa dança em público ou expor suas opiniões para a classe, o respeito para com o grupo, sabendo ouvir e ser solidário, o que constitui os pilares da educação: aprender a ser, aprender a fazer, aprender a conhecer e aprender a viver juntos (Delors, 2000).

A necessidade de um corpo docente especializado

Diante das contribuições que a Dança Educativa traz para a formação integral, crítica, cooperativa e participativa do aluno, torna-se sumamente necessário um professor especialista.

Os professores que hoje atuam com dança na escola têm formação superior em Educação Física, Educação Artística, Dança ou em outra área da educação, alguns sem curso superior e que só trabalham em academias com balé clássico, sapateado etc. O currículo de Educação Física inclui várias disciplinas, entre estas a dança, ou outra nomenclatura, desenvolvida em um semestre, um ano ou como disciplina optativa. Qual o estilo de dança ensinado nas universidades? Algumas oferecem uma visão geral da dança, apresentando todos os estilos. Será que tais cursos preparam o aluno para lecionar Dança na escola?

Os cursos de Educação Artística oferecem uma disciplina chamada Expressão Corporal, que, muitas vezes, privilegia a formação de atores. Outros, ainda, oferecem, conforme a proposta da instituição, a disciplina Licenciatura em Dança. Sem conhecimento claro de qual estilo de dança é mais adequado para ser desenvolvido no contexto escolar.

Em São Paulo, o Curso de Dança Educativa, da Faculdade Paulista de Artes, capacita professores para trabalharem com a Dança-Educação. Enfoca a Teoria de Movimento de Laban relacionada aos princípios da educação progressista e ressalta as contribuições que gera no desenvolvimento e, consequentemente, no processo de ensino-aprendizagem da criança. É ainda uma gota no oceano!

Notas

1. A Educação Somática, proposta por Feldenkrais, Alexander, Ideokinesis, Body-Mind Centering e outros, trabalha simultaneamente com aspectos motores, perceptivos, cognitivos e sensoriais. In: SOTER, Silvia, A educação somática e o ensino da dança,Lições de dança 1. Rio de Janeiro: UniverCidade, 1998.

2. Vide SCARPATO, Marta Thiago. O corpo cria, descobre e dança com Laban e Freinet. Dissertação de mestrado, Faculdade de Educação Física/Unicamp, Campinas, 1999, p. 11.

3. Maria Duschenes trouxe a Teoria de Laban para o Brasil e a difunde há mais de 50 anos. Durante muitos anos formou professores para trabalharem com a Teoria da Arte do Movimento Humano.

4. O Núcleo Freinet Cidade de São Paulo divulga a Pedagogia Freinet entre professores da rede pública e particular por meio de encontros, assessorias e artigos.

5. Freinet, op. cit., p. 38.

6. Para Freinet, a aprendizagem por tateamento experimental é processo natural, universal e interativo, que supõe inúmeras tentativas pela ação-reflexão.

7. A terminologia Dança Educativa foi apresentada por Laban em seu livro Dança educativa moderna (São Paulo: Ícone, 1990). Há outras terminologias do ensino de dança em escolas: dança criativa, dança expressiva, movimento expressivo, educação pelo movimento, que usam na íntegra ou em partes a Teoria de Laban. As escolas em que trabalho preferem o termo Dança Educativa a Dança Criativa. É uma área ainda nova no Brasil e os educadores, na grande maioria leigos em dança, optam pelo termo Dança Educativa. O ensino de dança, valorizado e proposto nos PCNs (1996), tem como fundamento os pressupostos de Laban, embora só o citem na bibliografia. Como a grande maioria de professores de dança, que hoje estão na escola, é formada em Educação Física, Dança ou Artes e poucos conhecem a Teoria de Laban, os PCNs deveriam ser mais explícitos quanto aos princípios e proposta de dança que assumem.

8. Op. cit., p. 16.

Educational dance: a fact in the schools of São Paulo

ABSTRACT: The Educational Dance taught in the private schools of São Paulo, based on the theories of Rudolf Laban and Célestin Freinet. The results show the progress in the development of the students: bodily and intellectual autonomy, socialization, cooperation, responsability and advance in learning. This article questions the appropriate dance style in the school environment and points out the scarnecess of trained teachers to develop similar work.

Key words: Dance, School, Laban, Freinet, Teaching.

Referências bibliográficas

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FREINET, C. Pedagogia do bom senso. 3ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1991. [ Links ]

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LABAN, R. Domínio do movimento. São Paulo: Summus, 1978. [ Links ]

_______ . Dança educativa moderna. São Paulo: Ícone, 1990. [ Links ]

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NORTH, M. Movement and dance education. UK: Northcote House, 1990. [ Links ]

OLIVEIRA, A.M.M. Célestin Freinet: Raízes sociais e políticas de uma proposta pedagógica.Rio de Janeiro: Papéis e Cópias de Botafogo, 1995. [ Links ]

PARÂMETROS Curriculares Nacionais. Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria do Ensino Fundamental, Distrito Federal: MEC/SEF,1996. [ Links ]

SAMPAIO, R.M.W.F. Freinet: Evolução histórica e atualidades. 2ª ed. São Paulo: Scipione, 1994. [ Links ]

SCARPATO, M.T. O corpo cria, descobre e dança com Laban e Freinet. Dissertação de Mestrado, Faculdade de Educação Física/Unicamp, Campinas, 1999. [ Links ]

SOTER, S. A educação somática e o ensino da dança. In: Lições de dança 1. Rio de Janeiro: UniverCidade, 1998. [ Links ]



* Coordenadora do Curso de Dança da Faculdade Paulista de Artes (SP), mestra em Educação Física pela Unicamp, pedagoga pela PUC-SP e professora de Dança Educativa no Colégio Assunção e Instituto Madre Mazzarello.

FONTE:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-32622001000100004
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