Olá, amigos! Começaremos a postar aqui no blog, paralelamente às notpicias sobre arte no movimento espírita, pequenos artigos relacionados à arte. Trataremos temas diversos e, caso queriam ler sobre algum em especial, entre em contato conosco através do email crisalida.grupo@gmail.com!
Esta semana nossa querida integrante Maryanna Nicolau traz para nossa leitura esta interessante matéria sobre arte na terceira idade, esclarecendo os benefícios de ser trabalhar com expressões artísticas na maturidade.
Arte na Terceira Idade
Por Angela Philippini ( arteterapeuta,
artista plástica e Mestre em Criatividade).
Extraído de seu artigo: Reencontros e reencantos na terceira idade.
Os efeitos terapêuticos da arte na terceira idade, decorrem do investimento de energia de cada indivíduo no processo artístico e nos conteúdos expressados, mais importantes do que o produto final. Nesta relação, não se “formam” artistas plásticos, mas as pessoas são auxiliadas para lidarem melhor com seus conteúdos internos, ajudadas a restabelecerem seu equilíbrio emocional e encontrar sua própria linguagem expressiva. São inegáveis os benefícios psíquicos para todo o ser humano que pode sentir-se melhor produzindo, avançando e criando.
A este respeito, Moore (1998) opina que: “Toda arte tem poder mágico e este pode ser infundido numa obra pelo artista e apreciado pelo observador. A arte pode ser apenas esteticamente agradável, filosoficamente significativa e pessoalmente expressiva, ou pode ter o poder especial de evocar e transmitir um espírito particular àqueles que entram em contato com ela. Muitas tradições ensinam que nossas vidas poderiam ser enriquecidas, animadas espiritualmente e até mesmo curadas através do poder mágico da arte”.
Neste contexto, a arte, então, funcionará como elemento vitalizador para o indivíduo idoso que, em muitas situações, apresenta grande defasagem entre as lembranças de um tempo que já passou e suas experiências reais, agravada pela marginalização social, especialmente marcante na velhice. A pessoa idosa experimenta um processo de mudança muitas vezes acelerado tanto no campo social, como no biológico e psicológico, mudanças estas difíceis de serem aceitas e que causam medo. É difícil manter a autoestima numa cultura em que existem preconceitos culturais tão arraigados como se apenas o jovem pudesse ser útil, importante, produtivo, ágil e/ou bonito.
Nos anos mais jovens de nossa vida adulta, às vezes somos tão pressionados e restringidos por compromissos múltiplos, atribuições e atribulações diversas que mal nos vemos. A construção de um espaço de criação, de tranquilidade, de autonomia expressiva, possibilita uma introvisão muito salutar. Neste território sagrado, dedica-se tempo e atenção ao si mesmo, permitindo cicatrizar, regenerar, transformar e renascer.
Assim, creio que para todos nós, seja qual for a etapa da vida em que estivermos, a arte é bem-vinda e esclarecedora, pois ela nos abre a trilha para o reencontro e para o assombro na redescoberta das nossas próprias potencialidades. Nas difíceis passagens da maturidade, o processo de criação artística é um excelente aliado terapêutico.
Por isso o amor pela arte e pelo fazer artístico pode ser tão produtivo como um instrumento terapêutico, por tratar-se da atividade humana que mais se aproxima da conquista da imortalidade, pois a obra de arte pode resistir ao tempo e ao esquecimento, desperta o compromisso de cada um com o seu processo expressivo em particular, que é um compromisso com a VIDA, ajudando a superar o medo da “morte”, até porque muito do que se “perdeu”, pode ser revivido na arte. E a experiência artística pode nos reconduzir ao re-enamoramento pela vida e por suas inúmeras possibilidades.
Deepak Chopra (1994) em “Corpo sem Idade – Mente sem Fronteiras” coloca com clareza o quanto a mudança da atitude mental influenciará na qualidade do envelhecimento que se poderá ter, enfatizando a importância de deixar para trás as velhas idéias sobre o que poderá ser essa fase da vida. Assim, neste contexto, podemos citar alguns dos objetivos do trabalho na arte com pessoas da terceira idade:
- Ativar e revitalizar núcleos saudáveis em cada indivíduo
- Resgatar e liberar potenciais criativos
- Gerar autoconfiança
FONTE: http://www.arteterapia.org.br/v2/pdfs/reenc.pdf